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Cuidador também precisa de cuidados.

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Para todas as situações em que existe um paciente com câncer precisando de ajuda, teremos um anjo da guarda chamado CUIDADOR.

Essa pessoa é aquela que sempre está preocupada com o que é preciso fazer, com o horário do remédio, a higiene, a data da consulta médica, a alimentação, a roupa, e todos os cuidados envolvidos com o paciente.

Na maioria das vezes são familiares e amigos e algumas vezes também se revezam.  Há situações em que uma única pessoa assume essas funções.  E sabem por que?  Por dedicação e consideração a quem amam!  Isso é ou não é coisa de anjo da guarda?

Porém é importante que tenhamos um olhar mais específico para o cuidador, pois ele também precisa de cuidados.  Os itens a seguir trazem algumas reflexões necessárias para a saúde do cuidador, e algumas dicas e sugestões para amenizar as dificuldades diárias.

ACÚMULO DE ATIVIDADES – Muitas vezes o cuidador acumula as funções de cuidar do paciente, trabalhar fora, trabalhar em casa, cuidar dos filhos… tudo isso gera um estresse muito grande pelo próprio acumulo de responsabilidades.

Para melhorar essas atividades de rotina, um cronograma pode ser de grande auxílio.  E um cronograma significa listar todas as atividades necessárias, seus horários, dias da semana, e quem vai desempenhar aquela atividade.  Isso ajudará a todos, inclusive se houver revezamento dos cuidadores.  Confiar na memória de uma pessoa sobrecarregada não é adequado, pois a chance de falhas é muito grande e as consequências podem ser perigosas.

SENSAÇÃO DE CULPA – a sensação de ser responsável pelo paciente é uma das primeiras sensações do cuidador.  E com essa sensação, vem outras como querer mostrar para o paciente coisas que ele deve fazer para melhorar, tentar propiciar situações agradáveis, preocupar-se em evitar as situações difíceis, e quaisquer outras questões que envolvam manter o paciente em situação mais confortável.  E quando isso não ocorre, quando alguma coisa sai do controle, é muito comum que o cuidador se sinta culpado.  Principalmente quando falamos com mães ou companheiros (as), muitas vezes há o sentimento de “eu deveria ter feito algo para evitar isso” – então o sentimento de culpa aparece.

É fundamental compreender que, não só na vida do paciente com câncer, mas na vida de todos nós, a maioria das coisas não estão sob nosso controle.  E tentar controla-las trará mais estresse e sofrimento para todos.  Será necessário aprender a lidar com as dificuldades, as adversidades, tentando observar como é possível aprender com cada situação, se é possível evitar situações semelhantes no futuro, e se forem inevitáveis, compreender que raiva, estresse, revolta ou qualquer outro tipo de pensamento/sentimento negativos não trarão a solução.  Ao contrário, sentimentos positivos e otimista, também não resolvem o problema, mas tornam a situação mais suportável.  O bom humor pode ser um excelente remédio para as adversidades.

SENSAÇÃO DE INCAPACIDADE – perante qualquer diagnóstico de enfermidade todos nós ficamos apreensivos e esperançosos com uma melhora rápida e com o menor sofrimento possível.  Mas infelizmente em alguns casos a dor será inevitável, o próprio tratamento trará condições adversas e o paciente sofrerá não só fisicamente, mas também ficará mais depressivo, irritado, antissocial.  E não é possível fazer nada pelo paciente, o que é possível é oferecer apoio a ele.

O principal a compreender é que a própria doença algumas vezes altera o funcionamento do organismo do paciente, causando reações emocionais diferentes das costumeiramente apresentadas.  E sem dúvidas a condição de dependência deixa as pessoas mais sensíveis, irritadiças, desgostosas.  Qualquer reação emocional adversa não deve ser encarada como dirigida ao cuidador, mas como uma reação à situação difícil que o paciente está vivenciando.

Claro que é muito difícil receber ofensas ou tratar um paciente de mal humor.  A alternativa é que o cuidador procure formas de relaxar e momentos para descanso, afastando-se do paciente e permitindo também que ele reflita sobre o que ocorre.  A regra máxima é: evitar o confronto – não discutir, não questionar, não replicar.  Apenas faça o que deve ser feito, e se afaste.  A ausência as vezes é um excelente conselheiro para ambos.

NEGLIGENCIAR SINTOMAS DE DESGASTE FÍSICO E EMOCIONAL – Sim, há um acúmulo de tarefas e o cuidador não pode “fazer corpo mole”.  Mas muitas vezes, o cuidador acaba ultrapassando seus limites em nome da dedicação aos cuidados e obrigações.  Porém a situação de estresse à que está submetido é grave e, caso o cuidador não respeite suas necessidades, há uma grande possibilidade de desenvolver sintomas tanto físicos quanto emocionais, e adoecer.

Alguns sintomas que não podem ser negligenciados: ansiedade, tensão, problemas para dormir, problemas para se alimentar, pessimismo frequente, esgotamento de energia, resistência baixa (gripar-se com frequência, alergias, etc), queda de cabelo, problemas de pele, dores de cabeça, dores musculares.  Todos esses sintomas podem estar relacionados ao desenvolvimento de um quadro de estresse e podem se agravar.  Portanto, no mínimo sinal, é importante buscar um auxílio médico.   O próprio isolamento dos cuidadores, em função da falta de dedicação para sua vida pessoal, pode ser bastante agravante dos sintomas.

ESQUECER QUE TAMBÉM É HUMANO – muitas vezes o cuidador se dedica apenas ao paciente e esquece que também tem suas necessidades. Sente-se culpado por pensar que gostaria de descanso; irritado com os maus tratos recebidos do doente; exausto por não lhe sobrar energias por falta de descanso e sono tranquilo; acabam abdicando de suas próprias vidas, seus sonhos, seus desejos, mesmo que momentaneamente.

Sob este aspecto é fundamental que o cuidador se lembre que é uma pessoa também, e que todas as necessidades não só são aceitáveis, mas também necessárias para a vida de qualquer pessoa.  Que sim, o cuidador tem o direito de ter um momento de descanso.  E é mais do que necessário que se tente a possibilidade de revezamento entre os cuidadores, propiciando que, nos momentos de folga, o cuidador possa (e deva) buscar atividades que lhe tragam relaxamento, descontração e diversão.  Inclusive é importante tentar manter uma rotina de exercícios físicos como ir à academia, fazer caminhadas no parque ou no próprio bairro, manter uma alimentação balanceada e cuidar ao máximo das horas de sono.  Desta maneira o cuidador pode preservar sua saúde e continuar com sua ajuda ao paciente.

E for fim cuidador, negligencie tarefas domésticas, regras sociais desnecessárias, ou qualquer outra questão possível, mas não negligencie VOCÊ!  Porque se você não se cuidar, corre o sério risco de trocar de papel de cuidador para o papel de paciente.

E você paciente, cuide de seu cuidador.

Ahh e não esqueça de agradece-lo(a) também!

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